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SOMBRAS E LINHAS: O DESENHO COMO DESCOBERTA

Nesta exposição de Educação Visual, os alunos do 7ºD convidam-nos a olhar de perto o diálogo silencioso entre a luz, a forma e o gesto. Cada trabalho aqui apresentado nasce de uma experiência de observação atenta, onde o olhar se torna o ponto de partida para a criação e o registo gráfico se transforma em linguagem.


O percurso começou numa aula de campo, em contacto direto com o ambiente natural. À medida que o sol projetava as sombras das folhas e das flores, os alunos aprenderam a ver e captar o invisível – a reconhecer as formas efémeras que a luz desenha sobre o chão. Munidos de grafite e suportes de formato quadrado cuidadosamente definidos, registaram essas sombras vegetais, decalcando-as com sensibilidade. O enquadramento desafiou-os a pensar o espaço, a composição e o diálogo entre o acaso, o fugaz e a intenção.


A partir desses registos, o processo evoluiu para uma nova etapa: a exploração expressiva da linha, momento de transformar a observação em gesto, e este gesto em expressão. Cada aluno(a) mergulhou num exercício de concentração e motricidade fina, explorando a linha como estrutura e ritmo. As formas simples recolhidas no exterior tornaram-se pretexto para inventar grafismos únicos, e dinâmicas expressivas onde transparece o movimento interior de quem desenha.


Mais do que um exercício técnico, este projeto foi um exercício de escuta – escuta do olhar, da mão, do tempo. As linhas que se (re)organizam nesta proposta são o reflexo de um processo paciente, feito de empenho, concentração e dedicação. Cada traço transporta consigo a marca de uma descoberta pessoal: a de que o desenho é uma forma de pensar, sentir e compreender o mundo.


O resultado é uma coleção de composições que vem celebrar a beleza dos pequenos fenómenos, a delicadeza e a importância da observação e a força expressiva do traço. Nesta viagem entre sombras e linhas, os alunos aprenderam que a arte nasce muitas vezes do simples ato de parar e olhar – de deixar que o olhar se prolongue pela mão, e que o gesto revele o invisível que existe nas formas da natureza.


Esta exposição é, assim, um testemunho do processo relacional criativo vivido em conjunto, do esforço individual de cada aluno e da memória partilhada em descobrir que a linha, mesmo a mais discreta, pode conter um mundo inteiro.